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QUAL A LIGAÇÃO ENTRE ESSA FOTO COM O RETRATO DA MALLU MAGALHÃES POR MARCELO CAMELO?

Atualizado: 31 de jan.



Em um certo momento da minha vida de estudante de psicologia, eu alternava as leituras de finalização da minha monografia com leituras sobre fotografia em blogs que hoje não existem mais


Lembro uma vez, quando ainda era uma mera aprendiz na fotografia, de ter visto um blog mostrando as fotos que o Marcelo Camelo fazia da Malu Magalhães. As fotos eram de momentos espontâneos da Malu e muitas delas tinham o foco invertido, ou talvez, até um foco meio perdido, quem sabe.



Eu nunca fui muito fã do foco invertido.

Nessa época, ao que me parecia, as pessoas não usavam tanto essa técnica, buscavam muito mais a foto milimetricamente focada e bem exposta, o que me fez parecer Marcelo Camelo um tanto quanto inovador. Eu era uma dessas, que seguia a risca a técnica perfeita. O que não ficava em foco, ia pro lixo. Inclusive, lembro de ter achado invenção essas fotos, não ter curtido muito. Perdão, Marcelo.



Muitos anos depois, comecei a ver essa técnica ganhar uma certa visibilidade, não só essa, como muitas outras, onde o foco perfeito já não era o objetivo. Fotos com borrão de movimento, desfoque, grãos, tudo que a gente aprende a não fazer começaram a encher a minha timeline. Cravar uma imagem em movimento, não usar um ISO muito alto pra não abalar a qualidade da imagem, evolução tecnológica das câmeras pra um foco mais perfeito. Tudo que aprendi a fazer...


Foi tudo jogado pro alto! Mas não por erro e sim por conceito

Nessa fase, minha fotografia também já tinha se desconstruído muito da técnica perfeita, da iluminação correta, do foco cravado e comecei a experimentar.

Hoje, não que AME o foco invertido, acho que na verdade, como qualquer outra, é uma técnica que precisa saber se usada, com intenção.



Dessas fotos, em especial, gosto bastante do resultado do foco invertido. Parece que existem muitas camadas na imagem, além de ser uma paisagem que diz algo sobre aquela casa, aquele lugar.


E sabe o que penso hoje sobre as fotos do Marcelo? Revisitando as tais fotos, hoje tenho um olhar completamente diferente. Foco perdido, invertido ou não, não é o que me chama atenção nelas, isso realmente me parece irrelevante. O que me chama atenção é a instantaneidade que parece que as fotos foram feitas. A espontaneidade. O momento do click sem muitos arranjos. Pura e simplesmente um fluxo de conexão entre o fotógrafo e o fotografado, isso sim é bonito. Foco perdido, tanto faz.


É muito menos sobre a técnica e muito mais sobre o olhar. A técnica é uma forma de tornar o olhar concreto, possível de ser visto e sentido.


É como se através das fotos, conseguisse acessar um pouco do universo deles, um pouco

de como ele via ela, um olhar bonito, talvez apaixonado, de ver beleza numa tarde entediante, passando pelos canais de TV. Não tem produção, não tem tanto ajuste ou preparo. E provavelmente, muitas, senão todas, são fotos analógicas, o que torna mais especial ainda, porque foram feitas em poucos clicks.


Toda essa viagem no tempo e nessas fotos, me fizeram pensar nas minhas próprias fotos com meu companheiro e nos os nossos pequenos momentos de alegria e tédio, no dia a dia. O que realmente quero guardar desses momentos? Não é a beleza da nossa verdade do cotidiano? A roupa bagunçada ou a cara amassada de quem acabou de acordar? Nossos momentos mais simples, mas profundos. Isso que realmente queria ter registrado, isso que realmente quero poder sentir vendo as fotos, dessa forma, mais honesta, instantânea, com menos intervenções.



E pra quem ficou curioso pra ver outras fotos deles. Clica aqui


Se você tem interesse em aprender algo comigo sobre fotografia, entra em contato pra saber mais :)


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